quando, do vento, o sopro
faz gelar miha garganta.
A noite fria, escura,
arranha as parede do
me coração, que tenta
se aquecer com os
desejos mais antigos.
No abrigo da imaginação,
protejo-me dos respingos,
dos suspiros daquela
longínqua noite de verão.
Mas hoje, não.
Hoje deixo-me molhar
por essa garoa, que
quando garota banhava
minha diversão.
Mas hoje, não.
Hoje sofro de silêncio
para escutar, atento,
seus pingos tocarem o chão.

Para ler escutando Fernanda Takai - O ritmo da chuva